domingo, 30 de setembro de 2007

A opinião pública e suas esquisitices

Onde está a explicação da popularidade do governo? Em que sentido muito genérico se pode dizer que é a política econômica que a ancora? O quê da política econômica? Se não é o modo como o governo age em relação à inflação, ao emprego, à renda, se não é a política tributária e a de juros?

Os resultados da mais recente pesquisa do Ibope, realizada para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada na semana passada, devem ter deixado o Planalto muito satisfeito. São, de fato, animadores para o governo, porque mostram que tudo continua como antes, ou seja, com elevada popularidade para o presidente. Quando as coisas vão bem, boa notícia é não haver notícias.

É o enésimo momento em que Lula ultrapassa olimpicamente o que poderia ser uma dificuldade. Não que a de agora fosse mais grave que outras, pois a crise aérea do início do ano e o acidente com o avião da TAM tinham maior potencial de desgaste. Afinal, o assunto Renan sempre esteve dentro do Senado e do Congresso, prejudicando uma imagem que era já ruim. Ainda que o governo não houvesse feito o que parte da opinião pública esperava dele, se desvencilhando de maneira mais clara do indigitado, não se supunha mesmo que o prejuízo viesse a ser grande.

Assim, pelo menos no que se refere ao presidente, o affair Renan passou em branco, sem respingar, de maneira visível, nos números da popularidade. Se afetou outros personagens, só saberemos mais tarde.

Esse novo exemplo da invulnerabilidade de Lula provocou, como já havia ocorrido antes, mais uma rodada de explicações "econômicas" de um resultado de pesquisa. Seguindo a linha "a economia garante a popularidade de Lula", a maioria dos observadores julgou que o levantamento pouco tinha de realmente interessante.

Essa talvez seja uma leitura precipitada. Algo bem curioso está nos resultados divulgados, exatamente nos que tratam das percepções e sentimentos sobre a economia.

Vistos em conjunto, mostram que a grande maioria da população está descontente com as principais medidas da política econômica e com expectativas muito negativas sobre o futuro de nossa economia. Com resultados como esses, se poderia, até, justificar o oposto, um governo em crise de popularidade.

Senão, vejamos. Todas as ações do governo na economia obtiveram níveis de aprovação aquém de 50% e algumas atingiram índices muito baixos: a política de combate ao desemprego foi reprovada por 53% dos entrevistados, a política de juros por 59% e a de combate à inflação só foi aprovada por 44%. O recorde negativo está na política tributária, com 67% dos entrevistados dizendo reprová-la.

Coerentes com isso, 85% disseram que os impostos são altos demais para a qualidade dos serviços públicos existentes e não mais que 17% consideraram que a CPMF devia ser renovada. Ou seja, a principal batalha do governo no Congresso, este ano (em nome da qual se aceitou de tudo), terá um resultado desaprovado por 83% da população.

Olhando para frente, os brasileiros vêem nuvens negras. Na inflação, 52% esperam aumento e 15% redução, restando 28% que imaginam que vai ficar como está, o que pode não ser um número tão desfavorável, pois ela está mesmo baixa. Mas, no desemprego, uma das maiores preocupações do país, o quadro é péssimo: 52% acham que vai piorar e 19% que "não vai mudar", isto é, vai continuar a ser ruim.

Para completar, nas expectativas a respeito da renda, as pessoas se mostram pessimistas: apenas 31% dos ouvidos esperam que ela aumente, contra 26% que diminua e 38% que não mude, ou seja, que permaneça baixa.

Onde, então, está a explicação da popularidade do governo? Em que sentido muito genérico se pode dizer que é a política econômica que a ancora? O quê da política econômica? Se não é o modo como o governo age em relação à inflação, ao emprego, à renda, se não é a política tributária e a de juros?

Será que é só a Bolsa Família? Ou será que é ela e mais uma economia que funciona, aos olhos da população, independente da política econômica?

Marcos Coimbra, Sociólogo e Presidente do Instituto Vox Populi

Cbers-2B é lançado com sucesso da base chinesa de Taiyuan

Satélite entrou em órbita 12 minutos após o lançamento.

Exatamente às 00h26min da quarta-feira 19 de setembro, foi lançado com sucesso o Cbers-2B, terceiro satélite da parceria entre Brasil e China.


O evento foi comemorado tanto no Centro de Controle de Satélites do Inpe, em São José dos Campos, como no Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan, na China.

O diretor do Inpe, Gilberto Câmara, assistiu ao lançamento na base chinesa e, junto com os engenheiros Ricardo Cartaxo e Jânio Kono, respectivamente coordenador geral e coordenador do Segmento Espacial do Programa Cbers, transmitiu todas as informações aos técnicos e convidados que acompanharam o evento da sede do Instituto.

Etapas do lançamento

O foguete Longa Marcha 4B cumpriu perfeitamente todas as etapas previstas para colocação do satélite em órbita. O tempo total de vôo até a injeção do Cbers em órbita foi de 12,5 minutos.

Lançado com seus transmissores ligados, o Cbers-2B, permitiu assim que a estação de rastreio de Nanning, na China, mantivesse contato com o satélite desde antes de sua separação do último estágio do veículo lançador, até aproximadamente um minuto e meio após a abertura dos painéis solares, que aconteceu cerca de 14 minutos após o lançamento.

Cooperação internacional

O Programa Cbers é um exemplo bem-sucedido de cooperação Sul-Sul em matéria de alta tecnologia e é um dos pilares da parceria estratégica entre o Brasil e a China. O Cbers é hoje um dos principais programas de sensoriamento remoto em todo o mundo, ao lado do norte-americano Landsat, do francês Spot e do indiano ResourceSat.

Brasil e a China distribuem gratuitamente imagens Cbers para países vizinhos, promovendo assim atividades de capacitação técnica para sua utilização. A partir de 2008, as imagens Cbers devem ser distribuídas também para países da América Central, do Caribe, da África e do sudeste asiático, mediante a entrada em operação de outras estações de recepção de dados.

Disponível em: www.mundogeo.com.br)

Boeing coloca em órbita o mais novo satélite da DigitalGlobe

Primeiras imagens calibradas devem estar disponíveis até o final do ano.

Na terça-feira 18 de setembro, além do Cbers-2B, que foi montado, integrado e testado na sede do INPE, em São José dos Campos, também foi lançado com sucesso o mais novo satélite da DigitalGlobe, o WorldView-1.
O WorldView-1 é o primeiro de um par de satélites da nova geração de sensores orbitais da DigitalGlobe. É o mais novo satélite da empresa e possuirá 50 centímetros de resolução espacial, revisita de um a três dias e capacidade de geração de pares estereoscópicos. Com este lançamento, a empresa será capaz de coletar mais de 600 mil quilômetros quadrados de imagens por dia. Atualmente a empresa consegue recolher esse volume durante uma semana.
O satélite saiu da base aérea de Vandenberg, na California, a bordo de um foguete Delta II, e após aproximadamente 73 minutos foi colocado em órbita. A empresa responsável pelo lançamento foi a Boeing.
A comunicação com o satélite já foi estabelecida e foi dado início à calibração dos instrumentos. A expectativa é coletar as primeiras imagens calibradas entre novembro e dezembro deste ano.
WorldView-2
Segundo previsões da DigitalGlobe, o segundo satélite WorldView será enviado ao espaço até o final de 2008, o que possibilitará à empresa coletar um milhão de quilômetros quadrados de imagens de alta resolução por dia.

Veja o lançamento em
www.digitalglobe.com/images/wv-1_gallery e www.boeing.com/defense-space/space/bls/missions/worldview-1.
(Disponível em: www.mundogeo.com.br)