sexta-feira, 10 de agosto de 2007

INPE prevê lançamento de 11 satélites até 2020

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) prevê lançar 11 satélites de 2008 a 2020 para dar respostas rápidas de ação ao País em decorrência das mudanças climáticas futuras. Este é um dos nove objetivos previstos no primeiro Plano Diretor para o período 2007-2011 da entidade, anunciado oficialmente em comemoração ao aniversário de 46 anos do Inpe, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba.
O coordenador de Planejamento Estratégico e Avaliação do Inpe, cientista Décio Castilho Ceballos, disse que a iniciativa de formalizar o Plano Diretor, com base num planejamento estratégico para até 2020, ajudará não apenas a estipular objetivos e metas para enfrentar os cenários futuros, mas também garantir, junto ao Ministério da Ciência e Tecnologia, as verbas necessárias no Plano Pluri Anual (PPA) 2007-2011. Nele, o Instituto negocia um aumento de verbas globais para o Inpe de cerca de 42%, passando de R$ 140 milhões anuais para R$ 200 milhões. "Apenas para cumprir o planejamento estratégico, precisamos aumentar as verbas para lançamento e desenvolvimento de satélites dos atuais R$ 100 milhões anuais para R$ 150 milhões", explica Ceballos.
O Inpe já desenvolveu, sozinho ou em parceria com outros países, seis satélites, dos quais dois continuam em funcionamento, que são o CBERS-2 e o Satélite de Coleta de Dados-2 (SCD-2). O primeiro, feito em cooperação com a China, possui sensores para captar mudanças ambientais; o segundo serve como retransmissor de plataformas de coletas de dados ambientais em território nacional, que auxiliam na previsão de tempo e clima. Para setembro está previsto o lançamento do CBERS-2B.
"A partir de 2009, será pelo menos um satélite por ano, como, por exemplo o Amazônia, desenvolvido aqui no Inpe que vai monitorar queimadas na Amazônia; o MAP Sar em 2013, um satélite de sensoriamento remoto com tecnologia de radar; o GPM em 2014, que medirá precipitações globais de chuva, entre outros", enumera.
Contratações
Para Ceballos, o principal foco nos próximos 20 anos nessa área será aprimorar sua aplicação na agricultura e meio ambiente. "Continuamos lutando para dominar a tecnologia, mas o nosso foco principal será a aplicação do equipamento, o grau de impacto social e de benefícios que eles podem trazer à sociedade", explica.
Como foi informado há duas semanas, o planejamento estratégico também indica a necessidade da contratação de 200 pesquisadores, engenheiros e técnicos para a criação de uma nova área de pesquisa chamada de "ciência do sistema terrestre e mudanças climáticas" e a compra de um novo supercomputador, avaliado em até R$ 70 milhões, para que os cientistas brasileiros tenham autonomia dos centros de pesquisas internacionais para prever o real impacto do aquecimento global e seus efeitos no Brasil.
(Disponível em: www.fatorgis.com.br)