O ministro brasileiro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, revelou em Pequim que, até ao final do ano, vai alavancar a reconstrução do centro espacial de Alcântara, no Maranhão, que poderá seguir o modelo das instalações chinesas.
"Devemos reconstruir a torre de lançamento de Alcântara e fazer o centro espacial como o que existe em Taiyuan", disse o ministro Sérgio Rezende a semana passada na capital chinesa.
A reconstrução do centro espacial de Alcântara, destruído num acidente, deverá custar entre 150 e 300 milhões de dólares.
A China e o Brasil lançaram em setembro o terceiro satélite produzido em conjunto, o CBERS-2B, transportado pelo foguete chinês Longa Marcha 4B, na base de lançamento de Taiyuan, capital da província chinesa de Shanxi, a 750 quilometros de Pequim.
O satélite CBERS-2B é o terceiro da série do projecto de sensoriamento remoto no âmbito do Programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite, na sigla em inglês, ou seja, Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres).
O complexo chinês conta com centros de controle com tecnologia de ponta, além de alojamentos e demais serviços que permitem aos seus técnicos ter quase o mesmo conforto das cidades que deixaram.
"Alcântara não tem nada disso, que é necessário para ter um programa espacial completo", considerou Rezende.
Por haver muitos técnicos brasileiros do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) na base chinesa de Taiyuan, o Brasil já teria um certo conhecimento acumulado para construir um complexo segundo o modelo chinês.
"A nossa proposta é que o Brasil e a China façam a instalação (de uma estação de sensoriamento remoto em algum país da África) e que ensinem os técnicos africanos a captarem as imagens", disse também o ministro brasileiro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende.
Numa primeira fase a China e o Brasil vão apresentar os serviços do programa espacial de forma gratuita, dadas as parcerias que brasileiros e chineses mantêm com muitos países da África.
Com uma vida útil estimada em dois anos, o satélite CBERS-2B substitui o CBERS-2, que não resistiria até o lançamento do próximo modelo, o CBERS-3, previsto para 2009.
A parceria sino-brasileira firmada em 1988 ainda prevê o lançamento do CBERS-4, em 2012.